Que o diga Miguel Albuquerque, exímio gastador do cofre público e fiel defensor de um IVA colonialista a 22%, enquanto aqui ao lado os nossos compatriotas açorianos pagam a generalidade dos produtos a 16%. Desde que tomou posse, as receitas de IVA passaram de 352 milhões para 549 milhões, uma verdadeira “vaquinha” a engordar à custa do esforço financeiro do povo, das famílias e das empresas.
Mas, curiosamente, ontem assistimos ao levantar de uma voz que tolerou, apoiou e permitiu, tendo o condão da maioria na mão, dessa canga e escravatura fiscal sobre os madeirenses. José Manuel Rodrigues, que sempre votou do lado do seu PSD contra a redução gradual do IVA e da proposta e da solução provisória do JPP de baixar o IVA dos bens à taxa reduzida, acordou já muito tarde para essa realidade, após longos cinco anos de “soberania cortesã”.
Descer à realidade passado cinco anos e com dados oficiais de aumento de receita anual de IVA, parece ser mais uma reação direta à provável perda de função ou cargo, do que propriamente uma ação sentida. Por que razão José Manuel Rodrigues quando lá esteve, mesmo quando a receita atingiu os 492 milhões de euros (2022), não pensou em aliviar a vida das famílias e das empresas? Não se deixa para amanhã, o que se pode fazer hoje, diz o povo.
Nas vezes em que podia fazer alguma coisa, alinhou com o PSD no sentido de não se tocar nas taxas do IVA, uma “vaca sagrada” para as governações de Miguel Albuquerque. A catarse de José Manuel Rodrigues passará por Lucas 15:7-10 quando diz que “haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por 99 justos que não precisam de se arrepender”.