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47 anos!

A longevidade do regime laranja só é comparável a ditaduras e regimes autocratas e as semelhanças não ficam apenas pela longevidade. De Jardim a Albuquerque, a democracia Madeirense permaneceu agrilhoada.  Das casas do povo à captura dos órgãos de comunicação social, tudo serviu para toldar, esbater, dominar o “rebanho” eleitoral. Foi dado apenas o suficiente para que o povo não “abanasse” o barco. O suficiente para manter o conformismo e a entropia, de uma sociedade refém de si própria, alimentada a betão e clientelismo.

47 anos acumulando uma dívida abismal, cujo a expressão do peso talvez seja melhor explicada com a seguinte afirmação: um recém-nascido hoje na Madeira, nasce devendo mais de 20 mil euros! Eis a herança da dívida criada pelo PSD.

A sociedade Madeirense vive hoje confrontada com o crescimento da violência, do crime e em especial da toxicodependência, mas estes fatores são apenas sintomas da pobreza endémica fomentada pelos 47 anos de PSD no poder. A Região que tem ombreado com os Açores na luta pelo título de “Região com maior risco de pobreza do País”, tem a particularidade, de viver o “paradoxo laranja”. É que ao mesmo tempo que a Região tem “mais pobres”, a Madeira apresenta um PIB nominal de 4,3 mil milhões de euros, quase o dobro dos Açores, 2,5 mil milhões (dados de 2020). Para onde vai esta “riqueza”? Para o bolso do Madeirense não é de certeza! Mas julgo que todos nós sabemos ou imaginamos, quem beneficia do “paradoxo laranja”.

Esta pobreza endémica, sistemática, intrínseca, herdeira das políticas Jardinistas, aperfeiçoada pelos “Donos Disto Tudo” e protegida pelo delfim Albuquerque, é a face escondida do “paraíso” vendido aos visitantes, um pacote formatado para uma semana de estadia, não vão os turistas descobrir, que esta ilha no meio Atlântico, está afinal coberta de “tapumes” que escondem não só a pobreza, mas também Saúde decadente, Agricultura desprezada, Economia dependente e monopólios expansionistas.

Do Chão da Lagoa, apontou-se baterias ao inimigo habitual: Lisboa.

Lisboa serve para tudo, desculpa tudo, esconde tudo. Na JSD devem já pré-formatar o discurso de preparação para os “sócios” do “clube laranja”: quando fores confrontado ou não souberes a resposta, retorna, “a culpa é de Lisboa”.

Mas para além da retórica gasta e de um Montenegro afoito, há duas conclusões a tirar.

Em primeiro lugar, onde estiveram as mulheres sociais-democratas? Será que a ausência de vozes femininas nas hostes “laranja” foi já planeada a pensar numa futura negociação com o Chega, aproveitando para criar pontes de misoginia em futuros entendimentos?

Em segundo lugar, foi particularmente divertido ver os militantes do CDS vestirem a camisola do PSD. A camisola? A camisola, o boné, a bandeira, a t-shirt, o cachecol, tudo o que pudessem por as mãos de forma a garantir que o “tacho” não acaba.

É impossível olhar para setembro sem nos lembrarmos dos últimos 47 anos.

Fábio Pires

Observação:

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