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Após declarar a suspensão do projeto de repavimentação das Ginjas, eis que o Governo Regional volta ao ataque ao nosso mais rico património natural da Humanidade: o ataque à Floresta Laurissilva.

O sítio das Ginjas, com um património natural único, protegido por leis e convenções internacionais, e classificado como Rede Natura 2000, Património Mundial Natural da UNESCO e Parque Natural da Madeira, foi, pela calada, alvo de mais um atentado ambiental, numa completa irresponsabilidade e ignorando, inclusive, a ação a decorrer no Tribunal Administrativo do Funchal.

Foi com muita consternação e preocupação que assistimos a esta situação desoladora na zona das Ginjas: Urzes e faias simplesmente ARRANCADAS do chão, ignorando todo o investimento de reflorestação financiado com DINHEIRO PÚBLICO (inclusivamente é possível ver os protetores de plantas soterrados). Urzes nativas centenárias DESPEDAÇADAS por maquinaria pesada… as mesmas máquinas que RASPARAM as encostas, ANIQUILANDO todas as espécies vegetais únicas que lá habitavam há séculos…. solo compactado e terraplanado para um mais do que óbvio (e visível), alargamento da via de passagem… este é o cenário com o qual nos deparamos ao passar no caminho que liga os Estanquinhos a São Vicente.

Após a retirada do projeto do ORAM 2024, complementado com declarações de Rafaela Fernandes, dando o projeto como suspenso, foi com espanto que assistimos a esta intervenção, com uma atrapalhada justificação a recair sobre um “controlo de invasoras”. Uma vez mais, ignoraram todas as diretrizes que balizam uma correta intervenção ao nível da gestão ambiental (como por exemplo, a não utilização de maquinaria pesada na remoção de plantas invasoras), pelo que não podemos compactuar com estas intervenções camufladas que, como vemos nas imagens, foram muito além da remoção de invasoras, condenando espécies nativas e, inclusive, espécies reflorestadas pelo próprio IFCN.

Rafaela Fernandes aparentemente propõe-se a seguir o legado dos anteriores executivos, subscrevendo as ordens administrativas que têm condenado o nosso Património aos maiores atentados ambientais das últimas décadas.

A mesma Secretária que, ainda há dias, afirmava que “não podemos betonizar a floresta, porque perdemos aquele que é o nosso grande activo” é agora a grande responsável por este selvagem desmatamento de plantas nativas, deixando o terreno “aberto” para a betonização ou paviamentação de parte do coração da Laurissilva.

É esta a “sensibilidade ecológica” da Secretária que se diz tutelar o ambiente, mas que ordena uma alegada “remoção de infestantes” com maquinaria pesada de terraplanagem. Tal qual elefantes numa loja de cristais.

Esperamos uma rápida atuação da Justiça e uma manifestação firme da UNESCO perante este autêntico atentado que, irresponsavelmente, condena parte da nossa floresta única e milenar … e que, mais uma vez, ignora e despreza todos os esforços de conservação desenvolvidos neste local de reconhecido valor natural.

Rafael Nunes, vice-presidente do grupo parlamentar do JPP (texto da página pessoal de Facebook do deputado do JPP)

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