Select Page

Com o natural epílogo do calendário anual, dezembro surge aos nossos olhos como um mês de múltiplos significados. Desde logo, o mais tradicional, o décimo segundo mês do calendário gregoriano associa-se ao Natal. Tradicionalmente celebrado nos países de orientação católica, a celebração pagã tem assumido maior preponderância um pouco por todo o Mundo a reboque do consumismo e materialismo. Basta observarmos as dinâmicas comerciais e damos conta de que já em novembro se sente a aura natalícia um pouco por todo o lado. A necessidade da compensação e o corrupio em busca dos melhores presentes leva-nos a desprezar a verdadeira essência do Natal: o Amor, a Solidariedade, a Amizade e a Compaixão. E estes valores não podem ser encarados com simples palavras escritas num pedaço de papel e lidas em qualquer página de jornal ou redes sociais. Estes valores devem ser operacionalizados em nome do bem comum. E os partidos políticos têm a responsabilidade de engrandecer esse desígnio. Através de atitudes, através de comportamentos sociais que devolvam à população a esperança em dias melhores. E vem isso a propósito da iniciativa “Apadrinhe este Natal” que a CPCJ-Santa Cruz vem dinamizando há 6 anos e que, contando com o apoio das 5 Juntas de Freguesia do Concelho, contribui para que as crianças santacruzenses apoiadas por aquele organismo possam recuperar o sorriso puro e terno característico das idades mais jovens. Aos padrinhos e madrinhas que operacionalizam a iniciativa de forma altruísta, o profundo agradecimento pelo exemplo e, sobretudo, por colocarem em prática a verdadeira essência do Natal: PARTILHA.

Mas se a comunidade se envolve na absorção dos valores natalícios, a estrutura política regional jamais pode ficar indiferente à realidade com que muitas famílias madeirenses se deparam neste dealbar do ano. As dificuldades que se arrastam desde a famigerada pandemia, associadas a políticas bancárias agressivas, deixam boa parte dos nossos concidadãos a fazer “contas à vida”. E nós, responsáveis políticos, temos o poder de inverter o estado das coisas, pressionando e reagindo para que aqueles que o podem fazer, o façam. O JPP tem procurado manter uma luta social assente naquilo que deviam ser as premissas de todos os partidos: as pessoas em primeiro lugar. Por isso, é com alguma mágoa que se regista o chumbo, por parte da coligação que nos governa, sobre o complemento regional para os idosos. Esta franja da sociedade tem sido martirizada, depois de tanto ter dado na sua vida ativa. E depois questionamo-nos “É isto o Natal?”.

Mas dezembro não se esgota no Natal. Significa o fim de mais um ano que trouxe uma variedade de assuntos às mesas de café. Desde logo, a insatisfação dos madeirenses à governação da coligação PSD/CDS expressa nas mesas de voto e que levou a um novo desenho parlamentar. Saúda-se o regresso do BE ao hemiciclo regional e verifica-se, com algum receio, a entrada triunfante do CHEGA. Estamos perante uma variabilidade ideológica com a inclusão da IL e do PAN, este último a servir de “muleta” às pretensões do PSD. O JPP recuperou os seus 5 deputados, sinal de confiança dos madeirenses e portossantenses, habituados a ver nos “verdinhos” os verdadeiros defensores do Povo. E assim continuará a ser por 2024 e anos seguintes da Legislatura.

E dezembro também nos traz a mudança de ano. 2024 promete entrar em grande estilo com as eleições legislativas marcadas para março. Certo de que todos os partidos já se posicionam para garantir a pole-position, mas os tempos serão pautados pela mensagem que cada um fará chegar ao eleitorado. Sabendo que tudo se resumirá a uma simples cruz no boletim de voto, também é certo que são os portugueses que seguram na caneta, principal arma na voz de todos nós. Saibamos refletir em consciência, aproveitando esta quadra que apela à União e à Fraternidade. E que o Natal não seja uma simples data… que seja a extrapolação dos valores que nos definem enquanto Ser Humanos!

 

Zé Carlos Mota

Observação:

– A responsabilidade das opiniões emitidas nos artigos de opinião são, única e exclusivamente, dos autores dos mesmos, pois a defesa da pluralidade de ideias e opiniões são a base deste espaço criado no site;

– Os posicionamentos ideológicos e políticos do JPP não se encontram refletidos, necessariamente, nos artigos de opinião contemplados nesse mesmo espaço de opinião.

 

Pin It on Pinterest

Share This