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A família, palavra originária do latim, é uma palavra que encapsula perfeitamente o contexto humano, que deu forma à evolução do Homem desde os seus primórdios, num caminho ascendente que acompanhou invenções e descobertas, abrindo-se no conceito, criando raízes nos afetos, ora através das “entranhas” biológicas, ora encontrando sementeira no tribalismo, mas sempre florescendo com o encontro casual da diversidade.

O conceito de família, hoje mais alargado, tem dimensão para além do laço biológico, ainda que muitas vezes a biologia que automaticamente atribui a condição de familiar não tenha correspondência qualitativa na afinidade. Esta palavra carrega a importância do mundo, a importância do ser, a importância do estar presente; carrega em si a redenção, o sentimento de pertença, de proteção, de lar. Há quem tenha a sorte de a ter, há quem faça por escolher a sua, e claro, há quem não tenha essa fortuna.

Aqueles que começam a sua, vivem o arrebatamento dos dias com o brilho e a esperança da intimidade, da congregação, do crescimento coincidente dos que lhes acompanham. Os que vivem os tempos da consolidação, seguram firme a mão da sua descendência, contemplam embevecidos os rostos, os olhares, a cumplicidade, que as rugas do tempo lhes oferecem.

No infortúnio, o refúgio é a família, é casta a elasticidade do seu abraço, confortante, desafortunados são os que não tem esse bom porto. Há os que “partem” e deixam lugares vagos, jamais preenchidos, desprendem um rasto de saudade e sobrevivem no imaginário, um pai, uma mãe, um amigo, com eles vai um pouco de nós e do enlace a que chamamos de “nossa família”.

Resultante do desejo, do acaso, do amor, brotam famílias. Da ausência, da incompreensão, do coração vazio, acabam outras. No fim do dia, ao chegar a casa, ter família à nossa espera, é para muitos a recompensa do sacrifício aderente á condição humana. Os que encontram o final do dia sem esse privilégio, vivem o exílio do espírito, o espetro da solidão, seja ou não por opção consciente.

No fim de semana que agora termina, constato absorto, a minha fortuna no olhar dos que são meus, aqueles para quem sou incondicional, na pátria a que chamo “minha família”. Constato grato!

Mas existe também os que me acompanham, na luta dos dias, no trabalho dedicado e delicado da causa comum, meus companheiros de armas, afoitos no perdão, amparo da minha escassez, edificamos juntos, com a seriedade de missão e a leveza da camaradagem, estes são alvo da minha gratidão e comprovam que a felicidade e o propósito não se encontram apenas na família que se tem, mas também na família que se escolhe.

Dedico este texto à família JPP, com agradecimento especial a todos os com quem privo e trabalho diariamente. Seguimos juntos.

 

Fábio Pires

 

Observação:

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