Foi como presidente do JPP, mas também como presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz que Filipe Sousa deixou, ao início da tarde, uma garantia no Vale do Porto Novo: tolerância zero para o aterro que o Governo Regional reativou naquela zona.
Por isso avançará ainda hoje para o tribunal competente uma Providência Cautelar interposta pela autarquia e que tem por finalidade encerrar o despejo de terras que se iniciou esta semana naquele local.
Filipe Sousa denunciou que aquele vale, com uma grande riqueza geológica e com uma frente-mar de excelência, tem estado a saque com várias atividades sem o mínimo de cuidados ambientais, e o atual Governo Regional aprovou uma deliberação em novembro que só vem piorar a situação. Até porque o aterro agora reaberto já deu problemas no anterior Governo, que este prometia renovar, As terras então depositadas foram levadas pelo mar e ainda hoje a fauna e flora marinha, perto de uma Reserva Natural, sofre com os efeitos desse acidente que voltará a acontecer.
Citando Susana Prada, que afirmou “que graças aos investimentos do Governo Regional, hoje temos mais e melhores águas balneares”, Filipe Sousa acusou a governante de ir para a serra plantar árvores e depois fazer o que faz no orla marítima, num claro desrespeito pelo ambiente, pela população e pelos órgãos autárquicos eleitos, que não foram ouvidos em todo este processo. “Não foram ouvidas as juntas de freguesia de Gaula e do Caniço, não foi ouvida a Câmara de Santa Cruz. Eu pergunto que tipo de política ambiental tem a senhora secretária, que devia vir aqui ao Vale do Porto Novo ver a vergonha que aqui continua e que agora ajudou a piorar”.
O autarca e líder do JPP disse ainda ter informações de que, além de estar a prejudicar o povo, o ambiente e a imagem turística da Madeira, o Governo Regional está também a lucrar com o atentado ambiental que promove, visto que todos os camiões pagam para ali depositar terras e outros detritos.
Lamentou que a deliberação abra portas a que o aterro se mantenha por tempo indeterminado, e garantiu que a autarquia liderada pelo JPP, bem como outros órgãos do partido, não vão baixar os braços perante aquele vergonhoso atentado ambiental. Já hoje, e por parte da autarquia, dará entrada em Tribunal uma providência cautelar para parar com a deposição de terras. Uma medida que é a única que resta, uma vez que o Governo Regional não respondeu a qualquer um dos ofícios que foram enviados pela autarquia. Filipe Sousa diz mesmo que o respeito que o Governo Regional tem pelo ambiente é o mesmo que tem pelos órgãos autárquicos eleitos de forma democrática.