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Os complexos desportivos, pelo enorme investimento que representam, devem ser bem pensados na fase de planeamento e conceção, com uma visão a longo prazo no que concerne à sua utilização, manutenção e rentabilização.

O investimento inicial efetuado na construção de infraestruturas desportivas de diferentes níveis exige que se avaliem custos, modelo de gestão, planos de animação das mesmas e plano de manutenção dos equipamentos. Desta forma se provirá uma correta gestão destes investimentos que devem proporcionar aos utentes um serviço de qualidade próprio da sua tipologia e funções.

As caraterísticas arquitetónicas e funcionais de um pavilhão obrigam à existência de cuidados periódicos de manutenção adequados. Todas as instalações e equipamentos estão sujeitos à degradação das suas condições normais de operacionalidade, em consequência do uso e até por causas fortuitas. Por estas razões, os variados equipamentos devem ser regularmente verificados de forma a prevenir a ocorrência de acidentes e lesões devido ao não cumprimento dos normativos de segurança.

O Programa do XII Governo Regional da Madeira apresenta como meta o reforço da aposta na formação desportiva dos jovens praticantes, nomeadamente através da rentabilização do parque desportivo instalado, na realização de atividades desportivas para jovens praticantes e na otimização dos recursos técnicos associados às especialidades desportivas.

Contudo, o mesmo governo mantém em estado de degradação vários complexos desportivos, colocando professores e alunos em situação de risco, assim como outros utilizadores. Os pavilhões encontram-se impróprios para prática desportiva quando chove, nomeadamente o Pavilhão do Funchal, o Pavilhão da escola Francisco Franco, o Pavilhão do CAB, o Pavilhão da Serra d’Água, entre outros, conduzindo ao cancelamento de jogos ou à sua completa interdição, como aconteceu com o pavilhão da escola da Ribeira Brava, após a queda de um holofote durante as aulas.

A verdade é que a prática desportiva, como promotora de saúde, não está a ser acautelada por falta de manutenção das infraestruturas e com prejuízos semanais para atletas e pais que veem os jogos consecutivamente adiados.

Recordo ainda o exemplo do Complexo Desportivo de Gaula que dispõe de zonas que se encontram encerradas e que deveriam estar ao serviço da população, abrangendo atividades diversas e diferentes faixas etárias. O objetivo da sua construção visava disponibilizar às pessoas a possibilidade de desenvolver a sua prática desportiva com os devidos benefícios para a saúde, potencial esse que nunca chegou a ser completamente explorado. Um governo sério deveria rentabilizá-lo, colocando-o ao serviço da população em diversas áreas, nomeadamente desportivas, sociais e culturais, garantindo condições de higiene e de manutenção das infraestruturas, assim como a sua abertura em horário pós-laboral para que a população, que o pagou, também o possa usufruir.

*Artigo de opinião publicado no Tribuna da Madeira / 16-03-2018

Patrícia Spínola
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