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A primeira edição do projeto nacional Escola Amiga da Criança foi um sucesso no cumprimento do seu objetivo principal, a partilha de ideias em contexto escolar. Surgiram ideias inéditas que contribuíram para o enriquecimento e desenvolvimento integrado dos alunos, acentuadamente em áreas fundamentais do desenvolvimento pessoal e social.

São projetos como este, que abraçam toda a comunidade escolar, que significam renovação em contexto de educação, trabalhando a partilha, as relações e a iniciativa. Em mais de mil candidaturas, trezentas foram distinguidas com o Selo do Projeto devido às suas ideias de excelência. Aqui fica a saudação às escolas da Madeira que foram agraciadas, nomeadamente a EB1/PE do Estreito da Calheta, com o seu projeto “PRER e Educação para a Segurança e Prevenção de Riscos”, com vista à redução dos acidentes de viação, e a EB1/PE/Creche do Caniçal, com o seu projeto “Reutilizar para jogar”, centrado na reutilização de materiais para transformar a Escola num local para convidativo.

De ressalvar a Menção Honrosa 2018 atribuída à EB1/PE Dr. Clemente Tavares, categoria alimentação, higiene e ambiente, com o projeto Horta Pedagógica, num terreno cedido por um encarregado de educação e com a colaboração de outros tantos, onde se recorreu à compostagem e se negou o uso de aditivos químicos. Os alunos ficaram responsáveis pela sua limpeza, sementeira, rega e utensílios próprios e cuja produção foi vendida à comunidade, revertendo o lucro para a viagem de finalistas do 4º ano. Com este tipo de projeto, transversal a todas as áreas do currículo, foi possível fazer pesquisas, receitas, cartazes, trabalhar o nome dos produtos em português e inglês, cantar e fazer dramatizações.

Toda esta experiência demonstra, a título de exemplo, que o potencial das nossas escolas públicas, e em particular daquelas que sofrem com a escassez de alunos devido à má escolha política da sua localização (EB1/PE Dr. Clemente Tavares, por exemplo), deve ser reconhecido e valorizado, combatendo a possível extinção ou futura fusão. Esperemos que, à semelhança de casos recentes, não se apague ou funda o que de bom se faz na região e que é reconhecido a nível nacional. As escolas com pré e 1º ciclo têm uma identidade própria e não podem ser abafadas por fusões que matam a sua autonomia reivindicativa, quando a sua presença nos órgãos executivos e deliberativos passa a resumir-se ao coordenador, nomeado pelo Diretor, numa clara falta de independência para poder exigir e representar a comunidade escolar afeta ao seu nível de ensino.

As opções políticas regionais, em matéria de Educação, têm provado que não se considera o tipo de resultados acima descritos quando se decide apagar da rede escolar, este ou aquele estabelecimento. Cabe a cada um de nós, patrocinador da escola pública, exigir qualidade, com recursos humanos e materiais adequados. Educação é investimento não conta poupança!

Patrícia Spínola
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