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As Cidadãs e os Cidadãos Madeirenses e Porto-Santenses assistimos muito preocupados, estarrecidos e indefesos, à profunda DESCARACTERIZAÇÃO da nossa primeira Cidade Atlântica portuguesa e da CONSTRUÇÃO MASSIFICADA , e desenfreada realizada desde o ano 2000 até hoje em dia, primeiro no Funchal, na Calheta e por toda a Ilha da Madeira e a Ilha do Porto Santo. O Turismo de Massas actual, está à destruir de forma vertiginosa e exponencial, o nosso Excelente Destino Turístico, no âmbito do Turismo da Natureza, que já tem uma Tradição de dois Séculos.

É URGENTE e PRIORITÁRIO, um DEBATE PÚBLICO de toda a Cidadania #funchalense, #madeirense e #portossantense de forma transversal, sobre o que significam a Sustentabilidade Ecológica, o Desenvolvimento Económico Co-responsável com o Bem-Estar das Pessoas e em simultâneo com a salvaguarda da Biodiversidade, dos Ecossistemas e dos Recursos Naturais e com a salvaguarda de todo o nosso Património Arquitectónico e Histórico colectivo.

Estou de acordo com o Turismo de Mochila às costas, desde que se cumpram Regras de Utilização assertivas de todo o nosso Património Natural e Arquitectónico.

Infelizmente, existem exemplos nefastos, nomeadamente a “casa-de-banho-pública-na-nossa-natureza” no Percurso Pedestre entre o Pico do Arieiro-Pico Ruivo e redes penduradas nas Árvores de Til do Fanal, exemplos que constituem verdadeiros Atentados Ambientais…

Actualmente no Arquipélago da Madeira, temos um Modelo de Desenvolvimento Humano, baseado na exploração máxima dos nossos Recursos Naturais e da nossa população, até à sua Extinção da mão do Betão, do Turismo de Massas e da VIL GANÂNCIA dos Donos-Disto-Tudo e dos seus “Primos” e “Amigos”.

Estes Donos-Disto-Tudo estão à descaracterizar todo o nosso Património Natural, Geológico, Arqueológico, Histórico, Arquitectónico, Cultural e Colectivo, duma forma absolutamente IMPUNE, sem qualquer FISCALIZAÇÃO por parte das Autoridades Regionais, Nacionais e Europeias competentes.

Estão-se também à PRIVATIZAR os Percursos Pedestres no Arquipélago da Madeira, como já foi quase todo PRIVATIZADO o acesso Livre e Gratuito ao Mar e às Praias no Funchal.

Nós, que somos Ilhéus…

Pelo que é naturalmente, um Direito Inalienável nosso, que tenhamos Acesso Livre e Gratuito à todas as Praias do nosso Arquipélago.

As viagens baratas das Companhias Aéreas Low-Cost estão à MASSIFICAR o nosso Turismo da Madeira, que até 5 anos atrás tinha uma óptima Fama Internacional devido à experiência acumulada do Turismo, de Elevada Qualidade e de Poder de Compra, durante dois Séculos.

Tendo sido a MASSIFICAÇÃO DO DESTINO MADEIRA uma péssima Estratégia desta Secretaria do Turismo Regional e do Governo Regional da Madeira.

Com as consequências, nefastas, desastrosas e irremediáveis à curto, médio e longo prazo, que conhecemos todas e todos, e que se fazem sentir nas Serras, nos Percursos Pedestres, no Fanal, na Floresta Laurissilva e por toda a Orla Marítima.

O que é URGENTE e PRIORITÁRIO fazer, é investir na recuperação, no acondicionamento, na Segurança Pública e na Protecção Civil, e na sinalização e sinalética com um Manual de boa utilização de todos os percursos pedestres existentes. Obviamente, construindo Casas de Banho públicas ecológicas onde são necessárias.

Afinal na RAM, só temos 33 Percursos Pedestres Recomendados com Segurança! Quando existem mais de 300 percursos nas Levadas e nas Serras do Parque Natural da Madeira.

Também É URGENTE, a construção de pelo menos mais 4 Parques de Campismo com Instalações adequadas, um deles no Funchal. Para os Turistas de Aventura e Mochila às costas.

Também é PRIORITÁRIO, que os Vigilantes da Natureza, fiscalizem de forma exaustiva e diariamente, todo o Parque Natural da Madeira (60% do nosso território terrestre) e as Ilhas Reservas Naturais das Desertas, Selvagens e do Porto Santo, e todo o nosso Oceano.

Obviamente, é necessário aumentar o número de Vigilantes da Natureza. Porque existem poucos. E que estes trabalhem de facto. E não passem a vida nas tascas e cafés.

Tem-se gastado imenso dinheiro na compra de Prêmios “do melhor Destino Insular”, “de Sustentabilidade”, de “Melhor Porto”, quando esse dinheiro deveria ser investido na SENSIBILIZAÇÃO e FISCALIZAÇÃO dos Turistas que nos visitam.

Nestes últimos anos, após a construção do Savoy Palace Hotel para enchê-lo, tem-se persistido num Modelo de Turismo de Massas já caducado no Séc.XX no Mundo, e que DESTRUIRÁ o nosso de Turismo de Excelente Qualidade secular.

A média de quase 1 Milhão de Dormidas de Turistas por mês na Indústria Hoteleira, nos Alojamentos Locais e com os Navios de Cruzeiros significa uma pressão humana excessiva nos Percursos Pedestres porque existem poucos acondicionados, e provoca uma enorme Poluição (sonora e de lixo), que tem como consequência também a Má Qualidade das águas e do Ar na Orla Marítima da Costa Sul do Arquipélago da Madeira, pois as ETAR’S que existem estão subdimensionadas para essa elevada população Residente e Turística, que ocorre há mais dum ano.

Existem Destinos Turísticos muito melhores do que os nossos pelo Mundo fora, pelo que é PRIORITÁRIO preservar tudo o que temos de genuíno e de autêntico, salvaguardando a nossa Histórica Cultura Tradicional e a nossa Autenticidade.

Se não formos capazes, de respeitar e preservar a Natureza e o nosso extraordinário Legado antropológico, arqueológico, histórico, arquitectónico, cultural e social que existe no Arquipélago da Madeira há mais de 600 anos, passaremos à ser um RESORT TURÍSTICO, mais um, igual à tantos outros que existem mundialmente.

Lembrem-se que, esses DESTINOS RESORT TURÍSTICOS têm muitos melhores Aeroportos Internacionais e com Portos Marítimos ligados por Ferrys, com elevada frequência.

NÃO MATEMOS A NOSSA EXUBERANTE E SUB-TROPICAL NATUREZA QUE É A NOSSA  GALINHA-DOS-OVOS-DE-OURO!

Todo o tipo de Turista é Bem-vindo, para tal, é primeiro fundamental, criar as condições mais assertivas para os “Bem-receber”.

Um abraço fraterno à cada uma/um de vós,

Liliana Valente

Observação:

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