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As autárquicas que se avizinham estão, efetivamente, a trazer demasiado nervosismo para a classe política social-democrata. É notório, à primeira vista, e em sede da Assembleia Legislativa da Região autónoma da Madeira, as frequentes referências à gestão da governabilidade em Santa Cruz, tanto da parte dos deputados como da parte do executivo madeirense, em especial do presidente do Governo Miguel Albuquerque.

Esta metodologia, que no meu ponto de vista, inferioriza a Assembleia Regional, transformando-a numa espécie de assembleia municipal (sem, no entanto, desacreditar e menosprezar o papel deliberativo do poder local, não raras vezes, mais intuitivo do que o regional) demonstra, inequivocamente, o excesso de nervosismo do executivo social-democrata.

Há, entre outras, uma caraterística muito singular que distingue a gestão financeira da dívida, seja da autarquia seja a do executivo regional PSD: o contributo fiscal dos cidadãos. Enquanto, com dívidas e com o PAEL, Santa Cruz não aumentou os impostos aos seus cidadãos, tirando a questão da água potável que o Governo vende a Santa Cruz e ao Funchal mais cara por não ter entrado na ARM, o Governo Regional faz vida de rico, aplicando as mais altas taxas ao Povo. O aumento da eletricidade, do gás, dos combustíveis, do IVA, do IRS e do IRC, tudo serviu, para pagar com extras o serviço da dívida. É aqui que se vê o calibre dos governantes. O Governo Regional PSD agachou-se a Lisboa, assinou feudalmente um contrato de aumento de impostos para as famílias e para as empresas. Por seu lado, Santa Cruz sacudiu a pressão para os políticos e não escravizou o Povo com impostos, tal como o PSD havia firmado e assinado.

Por aqui se vê dois modelos distintos. Com mais de 600 nomeados, a soldo político, e com um saldo de cumprimento das promessas muito baixo, Miguel Albuquerque “escraviza” o Povo da Madeira para continuar a pagar a dívida. É fácil, com este método, pagá-la. Sem dúvida. O mais difícil será enfrentar e defender o Povo dessa injustiça fiscal que, desde o início criticou, mas que agora pratica-a ao mais alto nível.

Poderá dizer-se – e os analistas teóricos poderão insistir nessa razão especulativa – que o JPP não tem quadros para levar adiante um modelo, único, de colocar o interesse do Povo, em detrimento da sustentabilidade das contas, com a austeridade e o agravamento fiscal. Miguel Albuquerque não tem, habilmente, coragem e visão para fazê-lo. Está, demasiadamente, desgastado, pela falta de competência dos seus e pelo aparelho de interesses que vai acabar por ruir por dentro.

Que se diga o nível da mensagem, brejeira, dos cartazes da JSD e com a cobertura das suas chefias de gabinete. Uma tristeza – para não ir mais além.

Santa Cruz, neste momento, é um exemplo nacional da não adoção da austeridade, em detrimento da correção da despesa corrente e da gestão equilibrada.

Élvio Sousa
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