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Nos mandatos políticos, seja qual for a sua natureza, há sempre um momento em que é preciso olhar para trás e fazer um balanço.

Pela primeira vez, faz já agora quatro anos, aceitei exercer um cargo público e político, muito embora, pela minha convicção, o tenha encarado mais como público, no sentido de servir uma população e de tentar fazer o melhor que me era possível, e que era permitido pelos recursos disponíveis. Foi também, aliás, este o espírito da equipa com quem trabalho.

Passado quatro anos, e num momento em que a vertente política do cargo se torna mais visível pela proximidade de eleições, vejo-me confrontada com dois balanços: o dos nossos adversários políticos, que nos acusam de nada termos feito; e o nosso, sustentado não apenas no conhecimento que temos do que realmente conseguimos fazer, mas também em avaliações externas, em factos e números.

Em termos financeiros, convém deixar claro que em apenas três anos resolvemos a situação de falência do Município de Santa Cruz, possibilitando que neste ano de 2017 as contas da autarquia sejam as melhores de sempre. Facto este atestado por organismos nacionais, que colocam Santa Cruz na lista dos 67 municípios portugueses que saíram dos constrangimentos impostos pelo PAEL.

Uma melhoria conseguida num quadro de extrema dificuldade financeira, e traduzida nos seguintes números:

— diminuição da dívida total em cerca de 15,2 milhões de euros face ao ano de 2013;
— o endividamento da autarquia está 6,7 milhões de euros abaixo do limite legal, situação nunca verificada nos últimos anos;
— a diminuição da dívida financeira é uma realidade, tendo sido pago no atual mandato cerca de 8,5 milhões de euros de empréstimos bancários;
— no final do ano de 2016 não existiam pagamentos em atraso, nem qualquer dívida vencida a fornecedores;
— o prazo médio de pagamento passou de 1049 dias em 2013 (gestão PSD), para 9 dias até junho do corrente ano (gestão JPP);
— o Resultado Líquido do Ano de 2016 é de cerca de 4,2 milhões de euros e também demonstra a boa gestão autárquica.

Tudo isto foi conseguido sem aumentar as taxas do IMI, que era o que o PSD defendia em 2013, e depois de um acordo com o Governo Central para manter o PAEL, cuja substituição da dívida está a decorrer.

Foi neste quadro de recuperação financeira e perante inúmeras dificuldades que, apesar de tudo, se aumentaram os apoios sociais, diversificando o tipo ou natureza dos mesmos; nomeadamente o fundo de Emergência Social e as bolsas de estudo, que este ano abrangeram mais de 100 agregados familiares e mais de 100 estudantes respetivamente.

Só isto bastaria para deitar abaixo as acusações de que nada fizemos, mas a verdade é que fomos ainda mais longe, conseguindo, neste último ano de mandato, lançar uma série de obras, que têm a particularidade de incidirem em locais e em infraestruturas que estavam há décadas num estado de abandono e esquecimento. Refiro-me à repavimentação de inúmeros arruamentos, de que o Caniço é exemplo, e à requalificação dos nossos parques infantis.

Estes são argumentos fortes e difíceis de abalar. Por isso os que nos criticam apontam as baterias para a circunstância destas obras estarem a ser feitas em período de pré-campanha. Mas foi só agora que conseguimos dinheiro para as fazer, e, sobretudo, foi só agora que conseguimos garantia de que as podemos pagar e não deixar de herança dívidas para o futuro. Além disso quem nos critica nunca antes realizou estas mesmas obras, nem mesmo em tempo de campanha eleitoral.

Tudo isto são factos e os factos, quer gostem ou não, serão sempre mais sólidas do que meros delírios.

ÉLIA ASCENSÃO
Vereadora da Câmara Municipal de Santa Cruz

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