Select Page

O JPP vai votar contra o Programa de Governo. A decisão foi tomada, por unanimidade, na manhã deste sábado, na reunião com os militantes do partido. Já durante a tarde, numa outra reunião da Comissão Política, o documento foi sido reprovado.

O encontro foi “muito participado”, com os militantes a passarem a “pente fino” as quase 200 páginas do documento entregue sexta-feira por Miguel Albuquerque, na Assembleia Legislativa da Madeira (ALM).

Élvio Sousa, secretário-geral do JPP, no final do encontro com os militantes resumiu assim o que disseram lá dentro: “Nós sabemos que os madeirenses não desejam eleições outra vez, mas, na verdade, depois de termos lido e relido o Programa de Governo – que não deixa de ser uma armadilha para enganar muitos madeirenses e manter tudo igual – o nosso voto será contra, por decisão unânime dos nossos militantes. Não temos medo de dar o corpo às balas.”

O dirigente e deputado, ao longo dos últimos dias, já tinha deixado antever nas entrelinhas que “muito dificilmente” o JPP votaria o Programa do PSD. Agora acrescenta mais razões: “PSD e CDS ao fazerem chantagem partidária com o Orçamento para evitarem eleições antecipadas, são os únicos culpados pelo agudizar desta crise. Só a eles devem ser assacadas responsabilidades e não ao JPP.”

Critica o que classifica de “joguinhos partidários” e “manhas com 48 anos” para lembrar que “o PSD de Albuquerque e o CDS de Rodrigues foram, à pressa, anunciar ao Representante que tinham condições políticas de estabilidade para governar e asseguraram que no Parlamento teriam o Programa de Governo e o Orçamento aprovados”, recorda, para sugerir: “Devem perguntar a esses partidos, Chega e IL, o que foi que aconteceu, entretanto, a esse famigerado e garantido apoio”.

À responsabilidade pela crise política de momento, Élvio Sousa junta outra figura: “O JPP desafia Albuquerque, Rodrigues e Irineu Barreto a terem um rebate de consciência e sentido institucional pela verdade, perante os madeirenses e porto-santenses, e virem a público mostrar “provas” da apregoada garantia de estabilidade, que afinal parece não existir. Ao não aprovarem o Orçamento para 2024, puseram em causa o futuro, as famílias, as pessoas, as instituições sociais e as empresas.”

Quanto ao voto contra o Programa avança com mais argumentos: “O JPP não será nunca a bengala de quem está a ser investigado por corrupção e visado nas recentes denúncias que fizemos à Procuradora-Geral da República.”

Élvio Sousa diz que o Programa “é um documento cheio de generalidades sem concretizar formas objetivas de cumprir com o que é afirmado”, e refere que “a 26 de maio 61% dos votantes madeirenses disseram que não querem Albuquerque a aumentar as famílias que figuram na lista de pobres ou em risco de pobreza, a fazer crescer a lista de espera na saúde, não o querem a gastar 21 milhões em tachos, ou 130 mil euros numa só viagem”.

Diz que este Programa, em muitos casos, “apaga” compromissos anteriores do PSD, como o regime de incompatibilidades e impedimentos, a acumulação de ordenados com as reformas, e, noutros casos, mantém “o monopólio dos portos que são 18% mais caros do que nos Açores” ou medidas duvidosas. “Quer agora um Gabinete de Combate à corrupção, mas vai entregá-lo à Inspeção Regional das Finanças, uma entidade que é um “braço armado” político do PSD

Outro caso que destaca é o ferry. “Já antes o PSD tinha prometido o ferry de ligação entre a Madeira e o continente. Não cumpriu a palavra. Agora quer novamente o ferry mas, desta vez, a proposta é a Região pagar um novo barco para depois entregá-lo aos Donos Disto Tudo.”

Por fim, denuncia o clima de medo que PSD e CDS puseram a circular, mas sossega: “Não acreditem. Não haverá despedimentos nas empresas de construção civil, pois as obras continuam com os duodécimos. Não haverá congelamento das carreiras da função pública. As empresas, os clubes, as associações, os agricultores, os pescadores, toda a classe trabalhadora, todo o tecido empresarial e social não vai ficar sem apoios e sem governo.”

Pin It on Pinterest

Share This