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Na iniciativa desta manhã, o JPP alertou para a “manobra ardilosa e maliciosa do Governo Regional” no que concerne à nova consulta pública que está a decorrer no âmbito do projeto de impacto ambiental do Caminho das Ginjas e que, até à data, não mereceu publicitação oficial do Governo Regional da Madeira.

“Temos um Governo Regional que, não raras vezes, convoca a imprensa para plantar uma árvore ou para hastear uma bandeira, mas que, estrategicamente, se esquece de anunciar uma participação pública para um projeto que pretende rasgar a maior floresta nativa da Região, o nosso Património Natural mais importante”, referiu Rafael Nunes.

O Vice-presidente do grupo parlamentar do JPP lembrou que este é um dos processos mais mediáticos no que respeita ao Património Natural da Região e que, “inclusive, tornou-se num dos processos de consulta pública mais participados de sempre”.

“Em causa estão quase 10 km de estrada protegida a nível mundial, pela Unesco e Património Natural da Madeira. É um projeto que prevê desmatar 4 hectares de floresta nativa, o equivalente a 40 campos de futebol!”, destacou.

“É um projeto que desrespeita espécies protegidas, um projeto que desrespeita espécies endémicas, únicas em todo o mundo, que só existem cá, na Região.

É inclusive um projeto que, em toda a sua componente, não consegue demonstrar a necessidade da sua construção e isto foi apontado pela própria UNESCO, na sua posição”, realçou o deputado.

E foi com uma “análise cuidada ao projeto e com uma firme posição de cientistas, biólogos, organizações não governamentais e centenas de interessados em nome individual que foi travada esta aberração natural, esta intenção inicial da pavimentação da estrada das Ginjas”.

“Infelizmente, os ataques à nossa Floresta Laurissilva continuam a ser promovidos por aqueles que a deveriam preservar e defender: o IFCN, a Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais e o próprio Governo Regional”, lamentou.

 “Mantém-se a teimosia do Presidente do Governo Regional que afirmou que o projeto iria avançar «quer queiram, quer não». Esta semana o Governo Regional, de uma maneira matreira, de uma forma camuflada lançou, silenciosamente, uma nova consulta pública de uma suposta reformulação do projeto, sem qualquer anúncio, sem qualquer divulgação pública, sem qualquer conferência de imprensa, dando apenas 10 dias para que os participantes possam ler, analisar e comentar quase 1000 paginas de um relatório científico”, denunciou o Vice-presidente do Grupo Parlamentar.

“Não podemos concordar que numa altura em que o tecido económico e empresarial implora por mais apoios, numa altura em que a saúde suplica por maior ajuda, numa altura em que não existem verbas suficientes, aparentemente, para as listas de espera, o Governo continue a teimar em reforçar o orçamento regional para 2022 para enterrar quase 12 milhões de euros numa pavimentação que vem destruir parte do Património da Humanidade!”.

Voltamos a deixar o repto à população para que se juntem a nós e participem nesta consulta pública, para que possamos defender o nosso Ambiente, o nosso Património, para que possamos defender o nosso Futuro em prol deste Património que muito nos caracteriza e que nos distingue”, concluiu.

 

 

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