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O universo conspirou para que o meu nome surgisse em lugar elegível pelo JPP às legislativas regionais de 2019. Confesso que nunca ponderei tal cenário, muito menos conspirei para que tal sucedesse, mas não costumo recusar um desafio válido e foi com muita gratidão que aceitei o mesmo. Farei o possível por honrar a aposta que em mim fazem.

Não sou um ator de Saúde convencional, não procurem em mim pergaminhos teóricos, diplomas floreados ou linhas orientadoras alinhadas com os caminhos tradicionais. Tento ser um ator de saúde de corpo inteiro, encarnando o papel 24 horas por dia, 365 dias por ano. Tento ser uma referência essencialmente para os meus três filhos, procurando ser a mudança que quero ver no mundo, porque sei que a melhor Educação para a Saúde que lhes posso dar é através do exemplo.

Para haver uma mudança temos de olhar para os alicerces da saúde de todos e cada um de nós. É um caminho difícil e pouco apelativo, porque vivemos na pressa de chegar a lugar nenhum e os políticos “devem” prometer caminhos fáceis e confortáveis. Não é essa a minha praia!

Na Saúde vive-se um caso particular de insustentabilidade, basicamente porque estamos todos focados na exigência do direito à reposição da mesma e pouco focados no que devemos exigir de nós próprios e de quem nos rodeia para que nos mantenhamos saudáveis. Enquanto desprezarmos o nosso papel individual para o equilíbrio do sistema, transferindo responsabilidades apenas para os políticos em exercício, dificilmente algo mudará. Os descontos que fazemos não são suficientes para garantir sustentabilidade a um Serviço pressionado pelo envelhecimento da população (com grande incidência e prevalência de doenças crónicas) e pela chegada ao mercado de medicamentos, materiais e técnicas diagnósticas cada vez mais caras.

Como atalhar caminho? Comecemos pelo princípio – alimentação na infância. Aqui entra a Educação, que no primeiro ciclo devia dar tanta importância ao Saber Fazer, quanto ao Saber Saber. Sugestão – aulas de nutrição e culinária desde o primeiro ano. Porquê? Porque a pressa de chegar a lugar nenhum retira-nos tempo para cozinhar e retira-nos tempo para ensinar aos nossos filhos como fazê-lo. Esta ferramenta é tão importante como saber ler e escrever.

E já que estamos no primeiro ciclo, como podemos explicar que a Organização Mundial de Saúde recomende atividade física diária e não esteja essa mesma recomendação vertida nos tempos curriculares de Educação Física (1ª hora diária), que diga-se de passagem não deveria implicar um campo para poder aprender modelos formais de prática desportiva. O nosso corpo está sempre connosco e em pouco espaço podemos trabalhá-lo, conhecê-lo e melhorá-lo!

Apresentações feitas, princípios esclarecidos, continuarei a tentar liderar pelo exemplo porque acredito que mais do que palavras bonitas, todos precisamos de exemplos coerentes que possam conduzir a equilíbrios duradouros.

BRUNO PESTANA
Enfermeiro

Observação:

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