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É impossível ficar alheio ao acontecimento político do ano em Portugal, a demissão do primeiro-ministro António Costa (PS), após se ver envolvido numa investigação sobre corrupção ativa e passiva em volta dos projetos de lítio e hidrogénio. Uma história que tem início nos contratos de concessão que dão origem à investigação do DCIAP, com o Ministro das Infraestruturas, João Galamba, no olho do furacão. João Galamba, que era à data da sua nomeação, figura “pouco recomendável” e que trazia consigo um lastro de casos e escândalos, indicava claramente ser uma “bola de chumbo” agrilhoada às pernas de António Costa, um “boy” do Partido Socialista, que acabou por estar na origem da queda do seu “amigo”. É caso para dizer, “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”.

Foi interessante constatar Miguel Albuquerque a colocar-se imediatamente em bicos de pés, para afirmar que “os processos que envolvem Governo da República descredibilizam a democracia”, acho que está encontrado o cúmulo da hipocrisia.

O Governo de António Costa era já uma espécie de “dead man walking”, que aguardava o seu próprio enterro, depois do acumular casos e escândalos que desgastaram a imagem de um executivo que contava com uma maioria absoluta sólida e que tinha em Marcelo Rebelo de Sousa, um “presidente porreiro”.

Mas não deixa de ser surpreendente que esta investigação tenha “transbordado” para o primeiro-ministro, que sempre foi reconhecido, até pelos seus detratores, ser um “animal” político sem comparação no cenário político português.

2023 acaba por ser um ano marcante e histórico em acontecimentos políticos. Perante um cenário global marcado pelo conflito entre autocracias e democracias, com o lavrar de conflitos e guerras sangrentas, com o aumento da inflação e o agravamento das alterações climáticas, o indelével “cheiro” de crise global é pujante e coloca os portugueses perante um cenário difícil. Um cenário, que obrigava a que tivéssemos um Governo da República estável, independentemente da cor (ou cores) política que o lidera. A maioria absoluta do PS assim o prometia, mas quem tem pés de barro…

A saída de cena de António Costa, abre uma crise no PS, que não tem uma alternativa clara para a liderança, ou por outra, não existe um caminho claro que mantenha o partido colado ao centro, já que está mais do que visto e provado, que quando se deixou levar pelo plano ideológico as coisas não correram bem, a Saúde é a demonstração mais clara disso mesmo. A marcação de eleições antecipadas é inevitável e apanha o PS “com as calças nas mãos”, o país provavelmente irá virar à direita, cuja liderança assenta na mediocridade de Luís Montenegro, no populismo de tasca de André Ventura e nos ilusionistas da IL de Rui Rocha. É aterrador!

Resumindo: estávamos lixados com Costa, estamos lixados sem ele.

Mas há esperança, há gente preparada para lutar pela causa pública, por um Portugal melhor, por um Portugal para todos e não apenas para alguns, gente que começou nas juntas, nas autarquias, nas associações, gente que privilegiou o contacto com as pessoas, com o povo, que sabe o que os bairros precisam, o agricultor, o enfermeiro, o professor, gente que sabe ao que vem porque andam nas ruas e não nos corredores dos gabinetes.

O JPP cá estará, sem estar preso a amarras ideológicas que o impeçam de escolher as melhores soluções, pronto para contribuir para o futuro do País, Região a Região.

Fábio Pires

Observação:

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