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A afirmação foi deixada pelo Vice-presidente do grupo parlamentar do JPP, Rafael Nunes, na atividade política desta manhã, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, deitando por terra a retórica criada pela empresa pública GESBA e comprovando que os bananicultores não recebem o merecido valor pelo seu trabalho.

“É fundamental repor a verdade sobre uma nova estratégia levantada pela empresa de gestão da banana, a GESBA, que não corresponde à verdade”, referiu.

Após as notícias recentes dos protestos dos bananicultores contra a GESBA, veio a empresa “publicar um gráfico, tentando convencer que, de facto, há distribuição dos lucros pelos bananicultores, retórica que foi difundida, mas que não corresponde à verdade”, reforçou o deputado.

Para Rafael Nunes é fundamental que se reponha a verdade. “O JPP vem a público mostrar os números reais, números que fazem parte do relatório de gestão da GESBA e que, até à data, continuam a não estar publicados em nenhuma plataforma, quer da empresa, quer do Governo Regional”.

E exemplifica: “Em 2021, a GESBA recebeu mais de 18 milhões de euros pela venda de 20 mil toneladas de banana, o que dá um valor de 93 cêntimos, por quilograma, números redondos e que estão no gráfico publicado pela GESBA. No entanto, o que já não foi dito é que, nesse mesmo ano, a GESBA pagou 6,7 milhões de euros aos produtores, isto dá, 0,33 euros, ou seja, 33 cêntimos por cada quilo de banana.”.

“Significa isto que, o bananicultor recebe apenas um terço da banana que entrega o que, dito de outra forma mostra-nos que, por cada 3kg de banana que entrega na GESBA, o bananicultor recebe, apenas o valor de 1 kg”, destacou o deputado

O parlamentar destaca que o relatório vai ainda “mais além. E apesar do JPP ter pedido a documentação referente às negociações que esclarecessem estes valores, a GESBA recusou-se e escudou-se em supostos segredos comerciais para não cederem a documentação”.

“Após vários meses, após as polémicas declarações de Miguel Albuquerque a dizer que a banana era a mais bem paga da europa e que os bananicultores recebiam muito bem pela banana, a verdade é que, o presidente do Governo não teve ainda a coragem de vir a público dizer que não existem quaisquer faturas que suportem esta teoria de que a banana é a mais bem paga ao agricultor”, reforçou.

Rafael Nunes frisou que o JPP “tem as faturas que comprovam exatamente o oposto das declarações de Miguel Albuquerque e demonstram que o bananicultor recebia muito mais há 15 anos do que recebe atualmente, pela GESBA”,

“Continuam a haver valores muito mal explicados e o JPP continuará a insistir, a forçar e não desistiremos até que a GESBA aumente o valor pago por cada quilo de banana ao bananicultor. Um valor que seja justo, que seja adequado aos tempos que decorrem e que venha de uma forma efetiva mais rendimento ao setor”, salientou.

O Vice-presidente do grupo parlamentar lamenta que, “mais uma vez, se comprove que a GESBA subverte o principio para o qual foi criada. Na base, o objetivo sempre foi aumentar o rendimento do agricultor e nunca enriquecer às custas do agricultor, que neste momento, é o que acontece”.

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