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Quis o destino que o ano de 2019 fosse fértil em atos eleitorais: eleições Europeias, eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira e eleições para a Assembleia da República.

Este ano deveria servir para uma reflexão pessoal e institucional sobre o papel da política e sobre os modelos de ação política utilizados pelos políticos e principalmente pelos governantes.

A sociedade atual exige mudanças nos modelos e padrões políticos, hoje desajustados da realidade e das necessidades da sociedade e dos cidadãos.

Numa rápida retrospetiva à realidade política dos nossos dias, facilmente se chega à conclusão que tem havido um afastamento dos cidadãos da vida política, com a concomitante desconfiança nas instituições políticas e nos seus protagonistas, bem evidenciada nos valores de abstencionismo eleitoral e no défice de participação dos cidadãos em assuntos políticos que a todos dizem respeito.

Muito se tem falado que hoje temos um Estado, que se quer democrático, refém de interesses instalados e um sistema político que não incentiva à participação eleitoral fora do desígnio dos partidos. Os eleitores não escolhem os seus deputados, mas limitam-se a homologar escolhas de nomes de candidatos que são feitas pelos partidos políticos.

Nos tempos que correm precisamos de partidos mais abertos à sociedade e de menos lógica partidária na condução da vida pública, precisamos de mais entendimentos estratégicos e que os interesses públicos se sobreponham aos interesses partidários.

Precisamos de políticos que não usem a política como mero trampolim para o mundo dos negócios, nem usem a política para beneficiar grupos económicos (grupos restritos/minoria) em detrimento do bem comum e da maioria.

Precisamos de políticos honestos e responsáveis pelos seus atos e pelas suas palavras. Que tenham a coragem de assumir aquilo que dizem e prometem ao eleitorado. Políticos de palavra! Não políticos que, no “calor” das campanhas eleitorais, fazem promessas absurdas, que sabem que não as podem cumprir, mas fazem-nas na tentativa de iludir o eleitorado. Exemplos desses temos tido muitos!

Este conjunto de situações traz à discussão a necessidade de uma urgente reforma do sistema político que aproxime eleitos de eleitores e, na assunção das respetivas responsabilidades, se possa construir uma sociedade mais justa e solidária.

*Artigo de opinião publicado no Diário de Notícias / 22-05-2019

Paulo Alves
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