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Num momento em que os políticos e partidos concorrentes às eleições regionais para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira (ALRAM) – não existem eleições para presidente do Governo Regional – ultimam os preparativos para um período de campanha, eis que chovem promessas e mais promessas à população, com atitudes e comportamentos ilusórios, para fazer crer ao Povo que sendo o partido A ou B a sair vencedor nestas eleições, a partir da próxima legislatura, os problemas sociais, económicos, financeiros, saúde, desemprego e outros, ficarão todos resolvidos!

Uma forma de ação e representação política que foge, e muito, ao tolerável e aceitável no domínio da ética política. Vale o facto de o Povo perceber que ao longo de décadas foi este o modus operandi dos políticos que governaram a nossa Região. E, em resultado dessa “política abstrata e ilusória” para obter votos, emerge uma consciência de abnegação por parte da maior parte dos cidadãos, pois constatam que esta prática enganadora está ultrapassada e apenas serviu para que se criassem redes de interesses, cujos intervenientes digladiavam-se nesta altura que antecede o ato eleitoral para se perpetuar no poder.

Sabemos que no passado eram feitas promessas que depois, na maioria dos casos, seriam concretizadas nas vésperas de eleições, para que o Povo, no momento do voto, no exato momento em que assinala o “X”, recordasse o “todo-poderoso” que cumpriu a promessa feita há anos! A última memória a recordar, era a “estrada prometida” e inaugurada (embora viesse a ser encerrada logo após as eleições para entrar novamente em obras!) com pompa e circunstância! Na altura, não imaginava o Povo que para a estrada ser inaugurada naquela data, o valor final da obra nada tinha a ver com o orçamento inicial e que por essa e outras razões a Madeira ficou com uma dívida pública oculta de mais de 6.000 milhões de euros para o Povo pagar!

Esta e outras dívidas públicas, promovidas por um governo PSD maioritário, pagas por todos nós contribuintes, resultaram de uma governação com maiorias absolutas, em que ponham e disponham do poder com opções governativas e decisões que melhor servissem “alguns interesses” em detrimento do interesse geral e benefício para toda a população. Esta é uma das consequências das maiorias absolutas na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, seja qual for o partido. São as decisões políticas subjugadas aos interesses de alguns e de grupos económicos, em detrimento do bem comum.

Numa lógica do que será melhor para a Região Autónoma da Madeira (RAM) em termos de lugares de deputados na ALRAM e não penalizadora para o Povo, tendo em conta a conjuntura política, social, económica e financeira, atual e a experiência do passado, o equilíbrio de “forças politicas e partidárias” e não haver maiorias absolutas, será a solução mais assertiva para todos nós, cidadãos contribuintes. A verdadeira democracia prevalecerá, o debate será sério e eticamente correto, debater-se-ão ideias e opiniões e principalmente extinguir-se-á da “Casa da Democracia” atitudes e comportamentos prepotentes, arrogantes por parte de quem teve sempre a atitude de “eu quero, mando e posso”.

O Juntos pelo Povo desempenhando assertivamente a sua forma de estar e fazer política de proximidade, informando as pessoas, fiscalizando o Governo Regional e propondo na ALRAM medidas realistas e exequíveis, tendo em vista o “bem comum” (entendido como a busca da felicidade natural, sendo por isso o valor político por excelência e distinto do “bem individual” e “bem público”), acredita que, com a confiança do Povo, prosseguirá o caminho iniciado em 2015 com vista à mudança que se pretende para a RAM. Acreditamos que o trabalho político de proximidade que temos realizado, dá-nos maior conhecimento da realidade e ajuda-nos a definir as verdadeiras prioridades para a Região Autónoma da Madeira.

*Artigo de opinião publicado no Diário de Notícias / 31-08-2019

Paulo Alves
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