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“Um dos segredos mais bem guardados por parte do Governo e da empresa de gestão da banana (GESBA), isto é, a divulgação das faturas com o preço que a GESBA vende a banana aos intermediários ou aos distribuidores será apresentado em breve. Há 17 anos que escondem esta situação dos agricultores, mas após termos recebido essa documentação via judicial, é nossa obrigação, é nossa função, mostrar e divulgar essas contas secretas aos produtores de banana.

Urge envolver todos os produtores num processo de transparência pública, pois basta de segredos nas costas dos agricultores.

Vejamos. Há muita gente a ganhar muito dinheiro com a venda da banana e com o suor do trabalho dos agricultores. A verdade é esta: por cada 3 kg de banana que a GESBA vende, só entrega ao trabalhador apenas, 1 kg. Estamos perante um novo regime de colonia monopolista, um “roubo” descarado, assentes no trabalho de escravidão e de subtração de quem produz e recebe, depois, uma miséria.

Os agricultores têm o direito a saber o que uma empresa pública faz com o fruto do seu trabalho. A GESBA não pode continuar a ser uma “ave de rapina” que suga o rendimento dos agricultores, pois continua a pagar 0,35 cêntimos pela banana (extra), e depois ela aparece à venda no continente a quase 3 euros ao quilo! Por exemplo, há 17 anos, os produtores de banana recebiam mais 0,16 cêntimos por kg, da banana extra, do que recebem atualmente.

E para perceberam toda a dimensão de gestão danosa da banana, é olhar a para as contas da GESBA de 2021, até agora disponíveis no site do JPP. Uma entidade que vende 18 milhões de banana, e que desses 18 milhões tem 12 milhões em despesas, só entregando 6 milhões aos agricultores, não é uma empresa pública ao serviço dos agricultores, mas sim uma “sugadora profissional” da classe trabalhadora.

Élvio Sousa

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