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Mais um ano chega ao fim e 2019 promete ser bastante interessante em termos políticos. Grande parte devido aos atos eleitorais que estão agendados, com relevo para as eleições legislativas regionais. Um plebiscito onde, primeiro do que tudo, se joga o futuro próximo da Madeira e dos madeirenses, mas cuja parte visível será o futuro político dos que se perfilam para ocupar a Quinta Vigia.

Um olhar mais atento é já se começam a perceber as estratégias e o nervosismo pouco disfarçado.

De um lado, os eternos vencedores que, pela primeira vez, sentem que o tapete lhes pode fugir debaixo dos pés, e, do outro lado, os hipotéticos vencedores que julgam que o tapete já não lhes escapa.

Os dois lados, à vez, têm protagonizado algumas das cenas mais hilariantes em política dos últimos anos. Se uns se desdobram em iniciativas e empreendimentos que vão muito além dos cargos que ocupam atualmente, outros tentam, numa corrida de última hora, fazer acreditar que exerceram uma governação de sucesso, com claros benefícios para a população, apesar de esta não sentir grandes ou mesmo significantes alterações.

Confesso que os meus afazeres de autarca às vezes não me permitem dar a atenção devida a estas movimentações. Mas, mesmo que não saísse de Santa Cruz, dá para ver que algo se passa.

Nunca este concelho viu tanto governante e candidato a governante se passear pelas suas ruas, quiçá numa tentativa, um tanto ou quanto risível, de colher dividendos do que está a ser feito em Santa Cruz. Foi vê-los passearem-se pelas iluminações de Natal, como se alguma coisa tivessem que ver com o assunto.

Mas claro que são bem vindos, e Santa Cruz está, realmente, muito bonita nesta época.

A única coisa que destoa mesmo são os extemporâneos cartazes eleitorais. E, por falar em cartazes, vamos à razão de ser do título deste artigo. Falo, em concreto, do famoso cartaz com o desenho do hospital, e com aquela frase: o PSD cumpre.

Pois, meus caros, a verdade é que é preciso muito mais do que fazer um desenho, ainda que a cores, para a coisa estar cumprida ou fazer-se cumprir.

Desenhar um hospital não é o mesmo que construí-lo, nem é o mesmo que resolver os problemas dos nossos velhos hospitais ou os problemas da saúde em geral.

O Governo parece querer cumprir aquela frase feita do “percebes ou queres que te faça um desenho a cores?”. E, neste caso, o desenho cumpre tudo: o povo percebe que da promessa cumpriu-se apenas um esboço, que o esboço é a cores, mas que o novo hospital é uma miragem.

Lamento informar, mas vai ser preciso mais do que um desenho bonitinho como balanço sério dos últimos quatro anos. É que assim correm o risco de não ficar bem na fotografia, ou será que devo dizer no desenho.

De resto, aproveito a oportunidade para desejar a todos a continuação de umas boas Festas e um Novo Ano repleto de felicidade.

*Artigo de opinião publicado no Diário de Notícias / 28-12-2018

Filipe Sousa
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