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Mais uma vez, os rastreios do cancro da mama estão comprometidos na Região Autónoma da Madeira lamentando-se a falta de diálogo e cooperação entre o Conselho de Administração do SESARAM, E.P.E. e os profissionais de saúde.

Neste momento, e mesmo após a denúncia e o apelo do JPP em 2019, o Serviço de Saúde da Região encontra-se, há meses, sem o devido procedimento no rastreio com mamografia.

É sabido que, após a realização do exame, deve existir uma “dupla leitura cega”, feita por dois médicos radiologistas, de forma a confirmar os resultados obtidos. Após um prazo médio de 1 mês, os resultados deveriam estar disponíveis para o utente, informação que consta da própria página da internet da Liga Portuguesa contra o Cancro.

Infelizmente, no SESARAM, E.P.E., a realidade não é esta: quando não há avarias nos equipamentos, as mulheres vão fazer a mamografia, mas os resultados do exame nem sempre são verificados. Ou seja, poderão existir situações em que as mulheres têm um diagnóstico positivo, mas nada é (efetivamente) diagnosticado!

Esta situação é gravíssima quando falamos de uma patologia cuja prevalência nas mulheres portuguesas tem vindo a aumentar.  Estimativas apontam para uma média de 19 casos por dia, num conjunto que supera os 7000 novos casos de cancro da mama, todos os anos!

Não deixa de ser irónico que, a entrar no mês da prevenção do cancro da mama (outubro rosa), os rastreios para este tipo de cancro, na Região, continuem a falhar.

Num momento em que já deveriam estar a funcionar os prometidos 5 rastreios (ao cancro da mama; cancro do colo do útero; cancro do colon e do reto; cancro da retinoplastia diabética e rastreio de saúde visual infantil) num único espaço, continuamos a ter rastreios “oportunísticos” em cancros conhecidos por serem silenciosos e, por isso mesmo, detetados em fases mais avançadas mas cujo rastreio em tempo útil permitira salvar vidas!

Por outro lado, naquele que já nos permitiu ser uma referência nacional, o rastreio ao cancro da mama, a Secretaria da Saúde volta a comprometer um serviço de excelência com medidas economicistas e falta de diálogo penalizando os rastreios, mas, acima de tudo, penalizando as mulheres que, sem o saberem, poderão estar com um diagnóstico que deveria obrigar a um tratamento imediato!

Neste momento e para bem da verdade, o Sr. Secretário Regional da Saúde que esclareça a população: neste segundo semestre de 2022, quantos casos de cancro da mama foram diagnosticados na RAM, através do rastreio?

Pelo Secretariado Nacional do JPP

Lina Pereira

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