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“O bom julgador por si se julga” é uma expressão popular, que sempre ouvi a minha mãe afirmar desde a infância, e que na máxima filosófica socrática representa a oportunidade de ver nos outros, o espelho de si-próprio.

A teoria e a ação

A arte da política – chamo-lhe arte, pois na minha perspetiva é sempre necessário moderação, calma, reflexão interior, ponderação e perspicácia – é uma boa área para apreciar julgamentos. Julgamos os outros e os outros julgam-nos. Nessa simbiose, há sempre os que teorizam, os que trabalham e, também, os que apenas teorizam e avaliam o trabalho dos outros.

Já há uns anos escrevi que a maior parte dos críticos não têm obra visível e concretizada. É verdade, se olharmos à nossa realidade regional, observamos que passamos a maior parte do tempo a avaliar e a julgar e pouco tempo a concretizar.

Os teóricos, os exemplos e a realidade

Há cerca de três anos a esta parte, a maior parte dos críticos do nosso arquipélago plantado à beira-mar, sobretudo aqueles colocados ao serviço da partidarite tradicional, auspiciaram a “morte” e o descrédito do JPP pelo facto de se ter constituído no primeiro partido português com origem na Região Autónoma da Madeira. Eram análises sobre o fim do projeto de cidadania, da perda de identidade, da “subversão” que era um movimento passar a partido (como se a construção da cidadania não passasse por esse direito constitucional), enfim muitas análises e julgamentos. Em 2017, a resposta do JPP e com a candidatura isolada a três municípios já deu para “calar” muita gente.

Na falta de exemplos que garantem credibilidade aos teóricos, o JPP é neste momento um dos alvos prioritários daqueles que “respiram” os genes do oportunismo calculado, do elitismo exacerbado, do conflitismo mesquinho, da desestabilização emocional e do bipolarismo existencial. Será, assim, doravante. Com a agravante de estarem, neste momento, a ser ensaiadas entradas e incursões internas de mercenários derivados da linhagem da partidarite tradicional. Vá lá, que ainda estamos de olho aberto.

 

Entre a crítica e a difamação

Quando a inveja e a presunção se misturam, o resultado por vezes acaba em difamação. É o que tem sucedido ultimamente. Daí que muita gente, por vezes no seio das redes sociais, as utiliza como que de um confessionário privado se tratasse. Esquecem o trato e a visibilidade públicas da coisa.

A maior parte das vezes, quando o difamado leva a sério a questão, o difamador acaba por se retratar publicamente do ato, ou por via da ação, uma reposição coerciva do bom nome. Nos últimos tempos há, pelo menos, dois tipos de “julgadores” que merecerão esse caminho. O julgamento não será leve.

*Artigo de opinião publicado no Diário de Notícias / 10-08-2018

Élvio Sousa
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