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O mundo pós pandémico não trouxe à humanidade uma nova visão empática sobre a condição humana, pelo contrário, o que podemos constatar é um acicatar das divisões e uma escalada dos conflitos. A invasão russa à Ucrânia é a face mais visível da forma como a sociedade global entrou num insidioso novo capítulo de decadência civilizacional. Se juntarmos as outras variáveis, como a crise ambiental, a crise energética e a crise política com o ressurgimento de movimentos autocráticos, é realmente muito difícil manter uma perspectiva otimista do futuro imediato ou a médio prazo, não só do planeta, mas também do progresso humano.

É com este cenário global, que devemos, no entanto, olhar para dentro, não só individualmente, mas também dentro das fronteiras da nossa comunidade. Encontrar soluções para os problemas que enfrentamos deve não só ser um debate permanente, mas também previdente.

Infelizmente, os cidadãos residentes nesta Região Autónoma, estão confrontados com um status quo inamovível, reféns de uma economia presa a monopólios e totalmente dependente do sucesso do setor do turismo.

Com a economia “viciada” no turismo, esta “toxicodependência” promovida pelos 46 anos de políticas “laranja”, provocou o desaparecimento de “ferramentas” que permitiam não só a diversificação económica, mas também a própria capacidade autonómica da sociedade madeirense. O declínio do nosso património é visível a olho nu e não há betão suficiente que o consiga esconder. A nossa independência face às variáveis externas está comprometida. Dos bens de consumo à energia, passando pelo setor primário, não existe área em que a Região tenha capacidade de se auto sustentar. O desaparecimento de marcas regionais como a ILMA, Água do Porto Santo, entre outras, são reflexo de uma política económica promovida pelo Jardinismo e por Miguel Albuquerque.

Do alto da arrogância e prepotência social-democrata, a propaganda vai tentando esconder os sintomas desta lenta e moribunda condição que aflige a sociedade madeirense. Os sinais são evidentes, desde o abandono de terrenos agrícolas, de agricultores desprezados a pescadores abandonados à sua sorte, a maior taxa de risco de pobreza do país, o custo de vida elevadíssimo, a crise na Saúde, a morte do Bordado Madeira, dos Vimes, o ataque “betonado” à Laurissilva, o consumo de drogas e o crescimento do sentimento de insegurança, o declínio desportivo, o défice democrático, os monopólios, a crise na habitação, o que não falta são sintomas desta “doença laranja”.

Os desafios que o mundo nos coloca obrigaria a que tivéssemos promovido políticas de autossustentabilidade, mas o PSD optou pelos seus próprios interesses, com uma mão no bolso dos madeirenses e a outra a “oferecer a bênção” aos monopólios.

Fábio Pires

Observação:

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