– A abstenção em Portugal não é caso único – na realidade tem sido um verdadeiro calvário político. No nosso País, a abstenção tem sido o “partido” que mais tem ganho eleições e desde há anos a esta parte.
– Infelizmente porque os nossos políticos, no qual me incluo, não têm sabido transmitir a informação necessária e imprescindível para que a população em geral, quando vai votar, saiba o que se pretende para a nossa Freguesia, para o nosso Concelho, para a nossa Região, para o nosso País, enfim para a Europa com particular evidência, da qual fazemos parte.
– A demonstração do menor interesse ou do maior desinteresse na afluência às urnas, quando se trata de eleições para as Autarquias, para os Governos Regional e Central ou para a Europa é uma comprovação que exige ser combatida por todos os partidos ou equiparados, sem exceção.
– Sabemos que o Povo prefere votar em pessoas, porque há um rosto. Não obstante, as más políticas e o aproveitamento em benefício próprio tem resultado, e de que forma, em inúmeros casos de corrupção em quase todos os setores da sociedade portuguesa, muitas vezes relacionados com o poder económico.
– Para que se possa diminuir a abstenção é preciso que os políticos falem verdade, que não prometam o que não podem cumprir e principalmente que não olhem para os cargos para que foram eleitos de uma forma empresarial, com o intuito de obter benefícios, sejam pessoais e/ou financeiros.
– Por outro lado, felizmente que ainda existem políticos sérios, embora estes se contem pelos dedos de uma mão. Temos de conseguir alterar substancialmente esta forma de estar na política, sob pena de cairmos na anarquia total.
– Para contrariar este paradigma é imperioso, em primeiro lugar, estarmos na vida política com o sentimento de prestar à comunidade o melhor serviço público possível, contribuindo para o bem-estar e paz social, apresentando soluções, enfim, ajudando quem mais precisa de entre tantas outras situações.
– O uso de quem detém cargos políticos deve ser feito com conhecimento, rigor, honestidade, transparência e humildade. São estas definições que devem caraterizar o verdadeiro político.
– Quando se assistiu, há uns anos, um determinado líder político que governou a Madeira durante trinta e tal anos que apelava às pessoas que não fossem votar, está tudo dito.
– Tudo indica que o caminho é, para o bem de todos, tornar o voto, para além de ser um dever cívico, ser também uma obrigatoriedade iminente – porque não?!
– Esta é a minha modesta opinião e vale o que vale, para que todos possamos refletir um pouco.
MIGUEL ALVES
Vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz
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