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O que faz de um lugar um ponto de paragem obrigatório? O que pode ser diferenciado num território quase homogéneo e em que todos os concelhos têm uma oferta semelhante em termos de paisagens que vão do mar à serra?

As respostas a estas questões são essenciais para quem tem a missão de gerir um território e de o potenciar nas suas diversas valências.

Santa Cruz tem feito o seu caminho, num percurso que tem sido essencialmente marcado pela melhoria das nossas acessibilidades, pelo embelezar dos nossos centros urbanos, jardins e locais lazer, com destaque para o trabalho ao nível da recuperação de todos os nossos parques infantis.

É claro que estamos ainda na casa de partida e que muito trabalho tem de ser feito para que se cumpram os projectos que temos para este concelho.

No entanto, não queremos fazer este percurso sozinhos, pelo que urge envolver toda a comunidade na valorização do que é nosso e na criação de atrativos que coloquem Santa Cruz na rota dos pontos obrigatórios de paragem.

Da parte da autarquia, temos uma séria de projetos que visam enriquecer os nossos espaços urbanos, quer em termos de equipamentos e infra-estruturas, quer em termos dos nossos jardins e espaços verdes. É, neste sentido, que pretendemos intervir nas centralidades das nossas freguesias, bem como na melhoria e valorização das zonas ajardinadas já existentes e na criação de novos espaços.

Paralelamente, entendo que urge, como já atrás referi, criar uma dinâmica que envolva a população neste projecto, recuperando, por exemplo, a filosofia dos belos jardins privados madeirenses. Falo mesmo dos jardins das nossas casas, ou simplesmente das varandas dos muitos prédios de apartamentos que existem no nosso concelho, nomeadamente na área do Caniço.

É com este objectivo em mente, que pretendemos lançar, muito brevemente, um concurso de jardins, que visa, no fundo, recriar essa cultura do jardim madeirense, que em tempos foi marcante da nossa identidade, mas que, devido aos novos estilos de vida, tem sido declinada em prol de outras formas de encarar o nosso espaço privado.

Creio, contudo, que as nossas novas realidades não são incompatíveis com o renascer dessa bonita tradição, razão pela qual queremos dar um incentivo ao ressurgimento dos nossos jardins, por entendermos que o orgulho nos nossos espaços privados é essencial para criarmos uma homogeneidade na nossa paisagem e para a melhorarmos em termos de atratividade.

Acredito que este caminho, a par com uma cultura de respeito pela manutenção da limpeza dos nossos espaços públicos e do esforço público na valorização dos mesmos, é o mais correto para criarmos novos pólos de atractividade e uma diferenciação que seja catalisadores de uma nova dinâmica e da valorização de um concelho que se quer afirmar como ponto de paragem obrigatório, mas também como um lugar que possa ser usufruído por quem aqui vive e que crie uma cultura de orgulho no território e nas suas potencialidades.

Queremos, no fundo, devolver a Santa Cruz o estatuto e o lugar que merece e para os quais tem potencialidades indiscutíveis. Queremos um concelho que seja ponto de paragem obrigatória e não apenas ponto de passagem.

ÉLIA ASCENSÃO
Vereadora da Câmara Municipal de Santa Cruz

*Artigo de opinião publicado no JM / 16-01-2019

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