Os nossos corpos recuperam agora da adrenalina gasta com o trabalho que todos, sem exceção, tiveram até ao dia 1 de outubro.
Agora, é tempo de continuar o trabalho e fazer frutificar os resultados obtidos e as propostas apresentadas ao longo da campanha. O resultado do JPP na Madeira foi a prova da sua vitalidade na região autónoma, com a esmagadora maioria em Santa Cruz e o pleno nas freguesias, bem como com o resultado do Funchal, alavancado pelo PS, mas coberto pelos restantes partidos da coligação.
A estratégia – mais local do que regional – do JPP tem dado os seus frutos em Santa Cruz. Mas o JPP é um partido. E um partido de cariz nacional. E essa vontade, ainda que tímida, foi expressa na participação do JPP na corrida em algumas autarquias. O resultado da Maia é expressivo. Mas traduz, essencialmente, a expressão do PS na região pois, apesar de não terem ganho, o PS apostou num homem conhecido na região, levou atrás a sua máquina de campanha, e teve o apoio demonstrado pelo nosso Secretário-Geral em algumas ações de campanha. O “day after” destes processos é que é sempre mais complicado, pois continua-se sem saber qual a expressão real do JPP na região. De resto, Felgueiras e Odivelas – outras duas apostas independentes apresentadas pelo JPP como sólidas, acabaram por verificar-se sem qualquer expressão nos resultados, não tendo ultrapassado, cada uma, os 300 votos em concelhos de média dimensão.
O núcleo de Lisboa voltou a enfrentar dificuldades sérias, nomeadamente por um sentimento transversal de alguma falta de apoio, até mesmo institucional, por parte das estruturas nacionais do JPP.
De qualquer modo, em coligação com o PDR, candidatámo-nos a 4 dos seis maiores municípios de Portugal, num total de mais de 1.300.000 habitantes (um milhão e trezentos mil…), a saber: Lisboa, Sintra, Loures e Cascais. Provavelmente, serão estes, a par do Porto e Gaia, os municípios mais difíceis do país, dado o fluxo constante das suas populações e o mediatismo que existe em torno das candidaturas dos maiores partidos – que também têm aqui as suas sedes e os “cérebros” das suas máquinas de campanha. A quase ausência de imprensa local e a nula expressão desta nestes concelhos, a par de se localizarem neles os maiores meios de comunicação social nacionais – que se interessam apenas pelos “partidos grandes”, excluindo por completo os “pequenos partidos” como o JPP,o PDR, o Nós, o MPT, entre outros – deixa um sabor amargo na boca, tornando quase inglório o trabalho das pessoas do JPP que, diariamente, vão para a rua ouvir a população e “espalhar” a mensagem.
Para se ter uma noção do universo de que falo aqui, uma das freguesias mais pequenas destes 4 concelhos tem cerca de 90.000 habitantes, o que corresponde ao dobro dos habitantes de Santa Cruz, e, em média, têm todas entre 100 mil e 150 mil habitantes.
Mas se o desânimo sentido pela falta de apoio da estrutura nacional do JPP foi uma constante naqueles que, desde há mais de 2 anos lutam permanentemente pelos mesmo ideais, quando comparada com o apoio que tiveram outras candidaturas arrivistas do JPP, a parceria estabelecida com o PDR foi uma lufada de ar fresco e motivação para o núcleo de Lisboa. O PDR é hoje um partido que perdeu a sua total expressão nos últimos tempos, graças a um conjunto de episódios que em nada têm a ver com as pessoas que o constituem, mas com outros que se aproveitaram do partido para os seus próprios fins. E isto ficou demonstrado nos resultados dos seus vários municípios de referência a que se candidatou que, no total, foram inferiores aos valores obtidos pela coligação.
Mas é importante que eu diga que as pessoas que, no PDR, tudo fizeram por esta coligação, demonstraram ser de uma enorme fibra pelo seu empenho e pelo contributo fundamental para definir e gerir a estratégia vencedora que foi seguida.
Foi uma jornada épica!
Sobretudo pelos números envolvidos que importa salientar para que se compreenda a dimensão do trabalho:
– Estamos a falar de 4 concelhos
– Mais de 400 candidatos, entre câmaras, assembleias municipais e freguesias.
– Mais de 20 freguesias candidatadas
– Uma luta por uma cruz no boletim de voto, ocupado por entre 10 a 14 partidos e/ou coligações.
E isto são apenas alguns dos números de um projecto que contou com filiados do JPP como cabeças de lista na maioria das candidaturas, sendo os restantes ocupados por independentes.
E o resultado não poderia ter sido melhor:
– Foram cerca de 5000 votos obtidos no total, que representa mais de 1/3 dos votos totais do JPP;
– Um eleito para a Assembleia Municipal de Cascais;
– Uma quantidade de votos superiores aos resultados obtidos nas últimas legislativas, quer em número absoluto, quer na sua expressão relativa;
– …E que foram superiores às restantes candidaturas do JPP em território continental.
De tudo isto, do trabalho realizado e dos resultados obtidos cumpre-me agradecer. E devo, de forma detalhada, porque merecida, expressar esse sentimento de agradecimento através de um obrigado, nomeadamente:
– Ao incansável e sempre motivado núcleo de Lisboa do JPP, com a promessa de que até ao final do ano teremos constituída a primeira distrital do JPP no continente – a Distrital de Lisboa do JPP.
– Aos membros dos órgãos do PDR que comigo personificaram-se de David na luta desigual contra os Golias do arco da governação;
– Aos independentes que, com o seu empenho, integraram esta candidatura;
– A todos aqueles que votaram em nós e que acreditam que o nosso caminho é como os outros: faz-se caminhando!
Obrigado.
NUNO LOBO MOREIRA
Dirigente Associativo
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