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Os derrotados das últimas eleições autárquicas, logo que refeitos do susto, começaram a surgir com as mais mirabolantes explicações para os desaires que sofreram. Existem leituras e desculpas para todos os gostos, mas existe, acima de tudo, um denominador comum que atravessa toda esta onda de ressurgimento de derrotados a tentar gritar vitória: um claro desrespeito pela vontade do povo e pelos mais elementares valores da Democracia.

É vê-los esgrimir argumentos de que o povo foi enganado, de que o povo não sabe escolher, de que o povo, em última análise, não sabe pensar, nem decidir. Ou seja, esta horda pensante julga-se dona de uma qualquer sabedoria exclusiva e de uma suposta superioridade. Gente que estava a habituada a mandar e a desmandar, e a fazer do povo um seu servo que queriam ver obrigado a votar sempre nos mesmos sem questionar.

Eu, claramente, não partilho esta visão sobre o povo, e muito menos esta visão da Democracia. Sei, até porque faço parte do povo e não de uma qualquer casta partidária privilegiada, que o povo é sábio, que o povo sabe exatamente o que quer, e que o povo sabe, na hora certa, decidir aquilo que considera ser o melhor. Sei também que a Democracia é esse verdadeiro poder do povo, e que quem não respeita esse poder, não respeita a própria Democracia.

Para que não restem dúvidas, entendo que os resultados eleitorais expressam, por esta ordem, a vontade, a decisão e a sabedoria do povo. E é no respeito por estes preceitos que vou exercer o meu mandato, o qual, apesar das leituras transviadas de quem não sabe viver em democracia, é resultado de um reforço da nossa legitimidade democrática. O JPP e eu próprio concorremos, desta vez, sem o apoio de quaisquer outros partidos. O povo votou e foi soberano. Resta-me cumprir essa vontade do povo. O resto são derrotas mal digeridas e vícios antigos.

Santa Cruz vai continuar o novo paradigma político. E eu tudo farei para exercer, com lealdade, verdade e trabalho, a procuração de plenos poderes que me foi passada pelo povo.

*Artigo de opinião publicado no Diário de Notícias da Madeira / 26-10-2017

Filipe Sousa
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