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O presente político da RAM demonstra a vontade do seu povo em virar a página, escrevendo um novo capítulo onde o arquipélago estará pintado de várias cores e contará com uma multiplicidade de ideologias e movimentos cívicos. No passado domingo, tivemos uma noite interessante onde era certo que a pasmaceira do passado, onde os resultados eram previsíveis, nunca mais voltaria a acontecer. “Onze a zero” é uma expressão cujo eco, de tão longínquo, é cada vez menos nítido.

Os concelhos da Madeira, no seguimento dos resultados das eleições autárquicas de 2013, veem agora reforçada a liderança dos autarcas recandidatos, salvo raras exceções. O PSD e o PS governarão três Câmaras Municipais cada, o CDS e o JPP com uma cada, a coligação PS-BE-JPP-PDR-NOS governará o Funchal e, numa implantação dos movimentos cívicos, terem dois a liderar São Vicente e Ribeira Brava.

Os discursos da noite eleitoral foram atentamente seguidos pelas reportagens e comentários na televisão e rádio locais, foram lançados dados em tempo real nas redes sociais e o ponto da situação, atualizado ao minuto, enriquecia as conversas, entregava sorrisos e descerrava lágrimas em muitos candidatos. Sem qualquer pejo, considero que cada força política recebeu o fruto do seu trabalho e desse resultado deverá desenhar as linhas futuras em que pautará a sua atuação.

Com as emoções ao rubro, as declarações políticas dos vencedores e vencidos trouxe ao de cima “o melhor” de cada um. Não podendo chegar a todos por limitações gráficas, gostaria de, em primeiro lugar, saudar o JPP pela vitória esmagadora em que se traduzia a singela participação em quatro dos onze concelhos da região, tendo passado a terceira força política (imaginemos se tivesse concorrido em todas!), com igual posição na Assembleia Regional e ainda nos municípios de Machico e Ribeira Brava onde concorreu pela primeira vez, ultrapassando quem já lá andava há dezenas de anos. Os eleitores acreditaram no JPP movimento e, ainda mais, no JPP partido!

Cumprimento Célia Pessegueiro por ser a primeira mulher, a liderar por sufrágio direto, uma Câmara Municipal na região, fruto de um trabalho de longos anos e que, como Emanuel Câmara no Porto Moniz, finalmente surtiu efeito. Igualmente, e pelos mesmos motivos, referir a conquista do lugar de vereadora atribuído a Sofia Canha, na Calheta, onde o combate ao conservadorismo político começa a surtir efeito.

Não posso deixar de registar o discurso umbilical do líder do PS-M, onde chama a si a vitória do Funchal quando, sabemos bem, se não fosse em coligação, poderia muito bem perder esta Câmara. Usou os outros partidos como trampolim mas a queda será dura pois cairá sozinho. Também expeliu arrogância o líder do CDS-M, chamando ao seu partido a Vice-presidência da Câmara da Ribeira Brava, algo que deveria ser anunciado pelo futuro Presidente uma vez que não estamos perante um memorando de entendimento próprio de uma coligação. Afinal, quem é que “vais usar calças” na Ribeira Brava?

 

Observação:

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Patrícia Spínola
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