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A Saúde é um dos setores da sociedade que mais toca aos cidadãos, ou seja, com bastantes repercussões diretas e indiretas sobre as pessoas. Pelo que, qualquer pessoa aspira a ser atendida, quando necessário, num serviço de saúde com qualidade e segurança. Não só em termos de infraestruturas e equipamentos, como também no que diz respeito a todos os profissionais que trabalham neste setor.

Do quadro dos profissionais ligados ao setor da saúde, fazem parte os assistentes operacionais, pois são uma das categorias profissionais que integram as equipas multidisciplinares de prestação de cuidados de saúde aos utentes, antes denominados de auxiliares de ação médica. Integram o regime de carreiras da função pública e nos serviços de saúde as suas funções recaem sobre várias tarefas, nomeadamente: mudança de camas, higienização dos espaços, orientação das refeições diárias, apoio ao pessoal de enfermagem, distribuição de material e equipamentos pelos serviços, entre outras. Devido ao facto de terem de exercer estas funções, são estes profissionais que inúmeras vezes promovem uma grande proximidade aos doentes/utentes e dos quais obtêm uma confiança pessoal, acabando por se tornarem seus confidentes.

Atendendo a que esta é uma profissão essencialmente física, o desgaste e os problemas de saúde decorrentes do exercício da profissão, são vários, por exemplo, no que diz respeito a doenças de coluna. A isto, acresce o envelhecimento dos profissionais destas carreiras que deixam de ter capacidade de desenvolver as suas funções de forma plena e satisfatória e os problemas psicológicos e emocionais que toda a sobrecarga de trabalho gera nestes profissionais e que conduz a um acréscimo de atestados médicos, o que resulta num agravamento da prestação dos próprios cuidados de saúde.

Segundo dados do SESARAM, os serviços precisam de contratar 150 assistentes operacionais, sendo que este número traduzia as necessidades mais urgentes para uma admissão já no ano de 2017.

Importa referir que o sentimento de quem exerce esta atividade profissional numa unidade de saúde é, muitas vezes, de desânimo, tristeza, desilusão e de impotência face às exigências e situações problemáticas (muitas vezes resolvidas com improvisos), no âmbito das suas funções. Algo que acontece tanto pela falta de tempo (por serem em número insuficiente), como pela falta de materiais e de condições laborais, nomeadamente a inexistência de um seguro de saúde adequado às suas funções e especificidades profissionais. Pedem, desesperadamente, pelo reforço de recursos humanos e materiais, condições mínimas para desenvolver a sua atividade com um mínimo de dignidade.

Assim, o Juntos pelo Povo, por via da apresentação de um projeto de resolução, recomenda ao Governo Regional que contrate mais assistentes operacionais para o Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma da Madeira, com vista a conferir não só melhores condições à prestação dos cuidados de saúde, mas também como forma de garantir as condições mínimas de trabalho para quem, diariamente, se vê confrontado com excesso de trabalho que resulta num desgaste acrescido na sua condição física, mental e emocional.

*Artigo de opinião publicado no Diário de Notícias / 22-11-2018

Paulo Alves
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